Revista Grid

Edição 5

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Algumas semanas atrás dois campeonatos nacionais de automobilismo tiveram etapas conflitantes no calendário. A Porsche Cup acelerava em Goiânia, enquanto a Copa Truck desenvolvia sua rodada dupla em Londrina. Uma nada deve à outra, é claro, mas existem implicações nesses conflitos de datas, que envolvem alguns prestadores de serviço, a grade das emissoras de televisão e outros pormenores.
Datas conflitantes são um problema antigo em se tratando de organizar a agenda das corridas. Há uma certa hierarquia nesse processo, que não tem nada de simples. O primeiro passo é a definição das datas das categorias mundiais. No que diz respeito ao Brasil, Fórmula 1, WEC e Fórmula E. Uma corrida de caminhões no Brasil depende de uma corrida de F-1 no Azerbaijão? Não, mas é necessário que se saibam as disponibilidades pelas bandas de cá.
Definidas as datas dos Mundiais, que sempre saem antes, é a vez das categorias nacionais moverem seus ábacos. Não é um processo que os promotores encaram em conjunto, ao contrário do que a lógica poderia supor. Cada categoria indica suas datas de preferência, antes mesmo de relacioná-las a esse ou àquele autódromo. Os dirigentes da CBA acabam aparando maioria das arestas que poderiam render conflitos quando há coincidências.
Por quê? Porque, por exemplo, uma parte enorme dos profissionais da Stock Car, pilotos incluídos, atua nas etapas da Porsche Cup e da Endurance Brasil. Dois desses campeonatos com etapas no mesmo dia acaba sendo catastrófico para um grupo grande. Consideremos que são 12 fins de semana por ano para a Stock Car, outros seis para demais categorias de sua promotora, mais oito para a Porsche Cup (já sem contar o da Fórmula 1, da qual é preliminar desde 2005), oito ou nove para a Copa Truck, mais oito para o Endurance Brasil. Acomodar tudo isso em pouco mais de 40 fins de semana no ano dá um trabalhinho.
Com tudo isso feito, é a vez dos campeonatos regionais e interestaduais se acomodarem com as disponibilidades. É o cenário onde surge uma certa disputa por datas no calendário dos autódromos, também reservados para eventos de motovelocidade, arrancadas, track days, eventos particulares e até festas e shows artísticos, que ocorrem com mais frequência em Interlagos, onde um fim de semana para se promover corridas tem valido ouro. Em junho, enquanto a Gold Classic alinhava 45 carros em Londrina, a Copa Classic RS corria com 42 carros no Velopark. Foram dois grandes eventos. Não houvesse a coincidência de datas, poderiam, os dois, ter sido ainda maiores.
Com o segundo semestre chegando, os calendários começam a ser desenhados. A Fórmula E já soltou sua prévia, o WEC também, é possível que até este exemplar da Revista Grid chegar às suas mãos a Fórmula 1 também já tenha se manifestado a respeito. Para as categorias brasileiras, já existem indicativos das épocas ideais para cada evento. Pode até ser que os promotores dos campeonatos decidam se reunir em um jantar para que cada um seja dono único de seus próprios fins de semana. A ideia é boa, até. Vamos além: se a acatarem, o jantar é por conta da Revista Grid.