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Despedida das ‘bundinhas’ na Stock Car

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Chegada de novas equipes e mercado de pilotos movimentado ambientam a última temporada dos carros sedan no grid

A temporada de 2024 da Stock Pro Series marca o fim da festa dos sedans, mas as principais atenções neste início de ano estão voltadas às mudanças na formação das equipes, anunciadas em doses homeopáticas pela organização do campeonato. Revista Grid tentou desvendar todos esses mistérios, mas muitos dos envolvidos alegaram estar impedidos de falar qualquer coisa por conta de alguns estarem apenas apalavrados e, também, pela força dos contratos com pilotos e empresas patrocinadoras.
Antes de qualquer novidade, vamos às manutenções em relação a 2023. A equipe mais vencedora da categoria tratou de anunciar antes do fim do ano a renovação de todos os seus pupilos. Ricardo Maurício e Daniel Serra, na casa respectivamente desde 2009 e 2017, seguem representando a RC Eurofarma, comandada por Rosinei Campos. Outro braço do time, a RCM, que tem Marcel Campos no comando, também manteve sua dupla, com Bruno Baptista e Ricardo Zonta.

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O campeonato de 2024 vai começar no primeiro fim de semana de março, em Goiânia – Foto: Magnus Torquato

Como em time que está ganhando não se mexe, a A. Mattheis/Vogel seguirá como time do bicampeão Gabriel Casagrande, mantendo no box a presença de Lucas Foresti. Assim como a Blau segue com Felipe Fraga e Allam Khodair, e a mais longeva equipe do grid, a A. Mattheis/Ipiranga, com Thiago Camilo e César Ramos.
Enquanto a HotCar encerra o seu ciclo diante das dificuldades financeiras, outras duas novas equipes estão por confirmarem suas chegadas ao grid. A primeira delas é a Garra Racing, time comandado por Adilson Morari que vai ampliar a estrutura que já atende a Stock Series mantendo o DNA gaúcho com os pilotos Lucas Kohl e Gabriel Robe. “Vai ser um novo desafio, seja na ampliação da estrutura da equipe, seja no trabalho durante as etapas atuando nas duas categorias”, conta Morari.
A outra novidade vem do Centro-Oeste brasileiro. O experiente Betinho Rodrigues, ex-Blau, tem tudo para ser o chefe de equipe da ASR Competições, time que deve apostar no goiano Raphael Teixeira como piloto. Alguns acertos ainda estavam pendentes para a confirmação do time quando fechamos esta edição.
Porém, a principal novidade para a temporada é a mudança completa do box da Cavaleiro Sports, com as saídas de Denis Navarro e Marcos Gomes. O time comandado pelo também piloto Beto Cavaleiro passa a ter Nelsinho Piquet e Gaetano di Mauro como pilotos. “Tenho certeza de que lutaremos por vitórias e vamos construir um futuro ainda mais sólido para nossa equipe. Quero fazer na Stock Car o que fizemos na Fórmula 4 no ano passado”, conta o chefe equipe, campeão da categoria de acesso das fórmulas em 2023.
Thiago Meneghel, que atua na TMG e na Crown ao lado de William Lube, também já tem seus pilotos confirmados. Por uma estratégia de marketing, a Lubrax optou por separar seus pilotos. Felipe Massa vai para a TMG formar dupla com Rafael Suzuki, que teve uma de suas melhores temporadas em 2023. “Venho com a motivação em alta para este ano. Depois de ficar entre os seis, a meta agora será mais dura, pois a competitividade é altíssima. A chegada na TMG tem como objetivo seguir evoluindo”, garante Suzuki.

No outro lado do box, na Crown Racing, estará uma dupla da nova geração e que confirma o rejuvenescimento do grid. Enzo Elias e Felipe Baptista terão a missão de buscar os resultados do time. O curitibano Júlio Campos, outro piloto da Lubrax, vai para uma equipe que fica na mesma cidade, a Pole Motorsport, que mantém Atila Abreu na formação.
Com a saída de Felipe Baptista, a KTF abre as portas para o estreante Zezinho Muggiati, campeão da Stock Series e que chega cacifado pelo prêmio de R$ 2,5 milhões que acompanhou seu título na série de acesso. Ele terá como companheiros de box Cacá Bueno, Digo Batista e Guilherme Salas.
Na estrutura dupla da Full Time Sports Rubinho Barrichello e seu filho Dudu seguem formando o time Mobil-Ale. O outro time liderado por Maurício Ferreira tratou de anunciar Arthur Leist, que substituiu Tony Kanaan em uma etapa de 2023. A outra vaga tem Gianluca Petecof como favorito. Por fim, a Scuderia Chiarelli mantém Sérgio Jimenez, que deve formar com Felipe Lapenna a mesma dupla de pilotos que atuou na etapa final do campeonato passado.

O novo carro

Esmiuçamos na edição passada as novidades tecnológicas do novo carro que a Stock Pro Series para a partir de 2025. O que ainda não contamos é que a era dos sedans chega ao fim. Foram 44 anos com a traseira alongada passando por diversos modelos – Chevrolet Opala (1979 a 1993), Chevrolet Omega (1994 a 1999), Chevrolet Vectra (2000 a 2003 e 2009 a 2011), Chevrolet Astra (2004 a 2008), Mitsubishi Lancer (2005 a 2008), Volkswagen Bora (2006 e 2007), Peugeot 307 Sedan (2007 a 2010), Peugeot 408 (2011 a 2016), Chevrolet Sonic (2012 a 2015), Chevrolet Cruze (desde 2016) e Toyota Corolla (desde 2020).

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O Corolla Cross e a Tracker deverão dividir o grid com outros dois modelos SUV

Agora, a categoria inicia a era dos SUVs. A Chevrolet utilizará o modelo Tracker, enquanto a Toyota trará o Corolla Cross. Outras duas montadoras devem ser anunciadas ao longo deste ano. De acordo com Fernando Julianelli, CEO da Vicar, a mudança é baseada em pesquisa de mercado e consultas junto aos fabricantes feitas pela maior promotora de corridas da América Latina. Um dos sinalizadores para a utilização da nova carroceria é o próprio consumidor.
Segundo relatório divulgado em dezembro pela Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos, os SUVs seguem em crescimento de vendas e já correspondem a 42% dos novos veículos colocados no mercado em 2023, ante 12,4% dos sedans. Em 2010, período de início dessa tendência, os SUVs tinham somente 7%. “Somando o comportamento do mercado, a nossa interlocução com as montadoras e a pesquisa com os fãs, concluímos que este movimento que vamos fazer para 2025 é 100% consistente com as aspirações de toda a comunidade da Stock Car e do esporte a motor como um todo”, avalia Julianelli.
Agora, a equipe da Audacetech, braço tecnológico do Grupo Veloci, controlador da Vicar, segue aprimorando os testes para equalização dos dois modelos. Apesar da mesma motorização, existem pequenas diferenças aerodinâmicas que precisam de ajustes. Os dois modelos já andaram mais de 5.000 km com o piloto de testes Renan Guerra.

Texto: Osires Junior