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Campeão com pedigree na Nascar

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A Nascar Cup Series tem um novo campeão. Ryan Blaney derrotou na final em Phoenix outros três pilotos que poderiam ser considerados mais favoritos: Kyle Larson, único que já havia conquistado o título da maior categoria do automobilismo das Américas, William Byron, que com seis triunfos foi quem venceu mais vezes no ano, e Christopher Bell, que vem se caracterizando por se sair bem em momentos críticos.
Para a glória, um fato inédito. No formato atual de playoffs da Nascar Cup Series, o ano de 2023 ficará para sempre marcado como a primeira temporada em que o campeão não venceu a corrida final. Coube a Ross Chastain chegar à frente, mas como foi “eliminado” no decorrer da fase final, a segunda colocação bastou a Blaney. Larson foi o terceiro, Byron o quarto e Bell acabou em último, após ver o disco de freio de seu carro estourar ainda na primeira metade da corrida.
Blaney, que completou 31 anos no último dia de 2023, foi apontado por muitos como um futuro campeão da Nascar quando começou a ingressar nas categorias nacionais, chegando a ser vice-campeão da Truck Series em 2014. Ele não traçou uma rota linear para chegar à Cup Series em tempo integral em 2015, mas sempre esteve no guarda-chuva dos programas da Ford, especialmente na antiga equipe de Brad Keselowski na categoria das picapes e na tradicionalíssima Penske, time em que se consagrou em 2023.

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No meio desta jornada, uma boa passagem pela equipe Wood Brothers, atualmente a mais tradicional da Nascar, com estreia na categoria em 1953 e sempre ligada à Ford. Entre 2015 e 2017, grandes mostras de que o futuro poderia ser iluminado a Blaney, sendo dele, inclusive, a última vitória do time do carro #21, em 2017.
A palavra tradição parece que faz parte do caminho de Blaney. A intimidade com a velocidade é de família. O avô, Lou, foi um dos grandes nomes nas competições de sprint cars nos Estados Unidos, fazendo parte do Hall da Fama da National Sprint Car. Seus filhos de Lou, Dale e Dave, também foram pilotos. O primeiro, também fez seu nome nos sprint cars, vencendo campeonatos nacionais de várias categorias. O segundo é o pai de Ryan, com uma sólida carreira na Nascar, competindo até 2014, com 473 corridas na Cup Series e 121 na Xfinity Series, única categoria nacional em que conseguiu vencer.
Ryan agora é o maior destaque da família, somando 10 vitórias na Cup Series e um título do campeonato mais visado pela grande maioria dos pilotos dos Estados Unidos. “Cresci admirando as corridas”, disse Blaney ao Fox Sports após o título. “Eu cresci assistindo meu pai correr e só queria fazer o que ele fez. E tenho muita sorte de ter algumas oportunidades de poder fazer isso, e ele obviamente foi uma grande parte disso”.

“Papai ganhou um campeonato (World of) Outlaws, Dale ganhou campeonatos All-Star (Circuit of Champions), meu avô ganhou vários campeonatos em todo o país. É bom vencer em um grande palco também.” Com o título de Blaney, a Nascar Cup Series segue sendo uma das categorias que mais pulverizam suas conquistas entre os pilotos do grid atual. Apenas dois podem bater no peito e mostrarem dois canecos em sua história: Kyle Busch e Joey Logano. Com “apenas” um campeonato estão Brad Keselowski, Kevin Harvick, Martin Truex Jr., Chase Elliott e Kyle Larson, o vice de Blaney.

O fim de uma era

A etapa de Phoenix, que marcou o fim do campeonato de 2023 da Nascar Cup Series, também serviu de despedida para uma lenda. Após 23 temporadas, Kevin Harvick deixará as pistas em 2024 e será comentarista do Fox Sports dos Estados Unidos.
Harvick certamente será um dos componentes do Hall da Fama da Nascar pela incrível e brilhante carreira. A jornada do californiano começou com uma grande “fria” que poucos teriam aceitado: substituir o heptacampeão Dale Earnhardt logo após o trágico acidente nas 500 Milhas de Daytona de 2001.
O início antecipado na Cup Series não significou um começo tímido. Harvick demorou apenas três corridas para conquistar sua primeira vitória na categoria, em Atlanta, em um dos momentos mais emocionantes daquele ano. Ainda com a lembrança forte da perda de um ídolo, ele bateu Jeff Gordon por apenas seis milésimos de segundo.

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Kevin Harvick despede-se da Nascar depois de 23 temporadas, 60 vitórias e o título de 2014

Foram ao todo 826 corridas na Nascar Cup Series, com 60 vitórias, 251 top 5, 444 top 10 e 31 poles. Ele ficou na Richard Childress Racing desde a estreia até a temporada de 2013. No ano seguinte, uma mudança para a Stewart-Haas Racing, equipe que pertence a outra lenda, Tony Stewart, e Gene Haas, também proprietário da Haas na Fórmula 1. Logo no primeiro ano da parceria, Harvick chegou ao ápice, conquistando seu primeiro e único título, inaugurando o atual formato de playoffs da Nascar.
Mesmo sem vencer em 2023, a turnê de despedida de Harvick emocionou os fãs. A cada corrida, havia sempre a menção de “Obrigado” pela brilhante carreira e grandes homenagens. No All-Star, ele voltou a correr com o numeral #29, que o acompanhou sua jornada na Richard Childress. Em Homestead-Miami, a marca da cerveja Budweiser voltou a estampar seu carro, em uma alusão à pintura do carro do título de 2014. Na última prova, ele teve seu nome estampado no capô do carro ao invés da marca de seu patrocinador.

A próxima temporada

O fã da Nascar sempre fica atento ao mês de fevereiro, com o início de mais uma temporada. Em 2024, algumas mudanças no calendário e no grid chamam a atenção dos aficionados. Pelo terceiro ano seguido, a temporada tem o seu pontapé inicial no Coliseu de Los Angeles, prova que não conta pontos para o campeonato, mas que serve como uma apresentação do que vem por aí. O traçado, improvisado na pista de atletismo do estádio que já recebeu duas Olimpíadas, é um dos maiores desafios para os pilotos, que foram acostumados a competir nesse tipo de extensão, mas com outros tipos de carros.
A Daytona 500 de 2024 será em 18 de fevereiro, duas semanas após o Clash. Outros destaques ficam por conta da volta de Bristol ter suas duas corridas no concreto, com a prova na terra tirada do calendário, a estreia do oval de Iowa na Cup Series, o retorno do traçado oval de Indianápolis, além da inclusão de Watkins Glen nos playoffs.
Entre os pilotos, com a aposentadoria de Kevin Harvick, os olhares ficam com o seu substituto, Josh Berry, que estreia em tempo integral na Cup Series pela Stewart-Haas, após carreira sólida nas divisões de acesso. Outra novidade que nessa área é a mudança da equipe LEGACY Motor Club – que tem entre seus proprietários Jimmie Johnson e Richard Petty – para a Toyota. Aliás, Johnson fará algumas corridas em 2024, mesmo sendo altamente ligado à Chevrolet durante toda a sua carreira.

Texto: Erick Gabriel / Fotos: Nascar Media

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